19 de jun. de 2014

Galera entre letras: Das rotativas às prateleiras

Na última coluna dessa série sobre “como nascem os livros?”, vou falar um pouco sobre o que acontece com o manuscrito após ser adquirido por uma editora. Se vocês acham que acabou a fase de revisões e mexidas, na-na-ni-na-não!

Depois de assinar o contrato, o autor envia o manuscrito à editora. A partir de agora, ele ficará sob a responsabilidade do editor de produção (ou equivalente, pois isso varia de editora para editora). O importante é saber que alguém vai acompanhar o manuscrito durante sua transformação em livro propriamente dito, e este é quem entrará em contato pra tirar dúvidas, enviar as provas, mostrar as capas etc.

Pra vocês terem uma ideia, em média, quatro pessoas diferentes lerão o texto durante essa etapa. Além do editor de produção, é provável que copidesques e revisores leiam o manuscrito para que não passe nenhum errinho ou esquecimento. E qualquer mexida ou sugestão para melhorar o texto será mostrada ao autor.

Por incrível que pareça, mesmo depois da preparação do original e da leitura crítica (etapas sobre as quais eu falei nas outras colunas), pode haver errinhos de ortografia ou mesmo alguma passagem obscura no texto a ser melhorada.

E o editor pode ter sugestões quanto a personagens ou detalhes do “plot”. Essas mudanças são normais, e o importante é o autor estar à vontade com seu editor para conversar sobre elas. Por mais que o autor tenha se apegado ao texto, o editor tem um olhar mais comercial sobre o livro. Afinal, todos os envolvidos nesse processo de publicação querem que o livro chegue bem bonito e preparado nas livrarias! E se ele entrar nas listas de mais vendidos, vai ser só festa!!! \o/

Enquanto o texto está sendo produzido (e transformado no que se chama de “prova”, isto é, o material impresso já com a diagramação de um livro tal como a gente conhece), o editor também está entrando com contato com capistas ou designers e enviando a eles o que se chama no jargão das editoras de “briefing”, um resumo do livro para que o capista possa criar uma capa que complemente a sua história. Quem acompanha a coluna Design et cetera sabe quanta história as capas têm pra contar e como elas são importantes, não é?

E podem confessar: vocês já compraram livros pela capa?! Eu já! E não me envergonho nem um pouco disso (rs)!

O autor costuma participar da escolha da capa e, às vezes, ele até dá algumas sugestões para o designer responsável pela criação. Quanto mais informações o capista tiver, mais fácil será.

Depois de escolhida a capa e com a “boneca” montada, isto é, com os cadernos que formam o livro mais a capa, já com os textos das orelhas e da contracapa, o editor vai dar o “ok” para a impressão do livro (não sem passar os olhos uma última vez no material para ter certeza de que está tudo certinho, como foi planejado!). E aí sim o livro será impresso!

Acho que um dos momentos mais emocionantes na vida de um autor é pegar, pela primeira vez, seu livro impresso. Vale até derramar uma lagriminha de emoção, viu?

Espero que tenham gostado dos textos sobre a produção de um livro. Como vocês podem ver, o processo todo é muito cheio de detalhes e o número de pessoas envolvidas é bem grande. Quem já teve sorte de ser publicado deve ter curtido essas etapas e quem ainda não publicou o manuscrito não deve desistir. Afinal, todo mundo tem uma história legal pra contar...

Boas leituras e até!


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