28 de ago. de 2014

Galera entre Letras: Entrevista com Keith Thompson, ilustrador da trilogia Leviatã

Recentemente eu fiz uma entrevista exclusiva por e-mail com o ilustrador Keith Thompson, autor dos mapas e ilustrações fantásticos da trilogia Leviatã (entre outras coisas muito legais que ele faz), e agora vocês vão poder conhecer um pouco mais do trabalho dele. E não se esqueçam de que a Galera Record lança em breve o último volume da trilogia – Golias –, traduzido pelo André Gordirro. 

E, enquanto nos outros dois livros, Leviatã e Beemote, a ilustração colorida de Keith ficou nos versos das capas dos livros, Golias virá com um diferencial - a ilustração virá encartada em formato de pôster e destacável: você poderá ter a ilustração inteira caso queira removê-la e pendurá-la, enquadrá-la, seja o que for!


Ana Resende: Keith, de onde você obtém a inspiração para as suas ilustrações? A ficção científica e a fantasia tiveram alguma influência no seu trabalho?
Keith Thompson: Minha inspiração vem da história, antropologia, biologia, mitologia, folclore e, obviamente, da arte. Eu gosto muito de ficção científica e fantasia quando me deparo com alguma coisa, mas o que é interessante está realmente enterrado, por isso, eu fico meio perdido quando não consigo encontrar nada precioso.

Keith Thompson busca inspiração para suas criações na mitologia e une técnicas diversas.
Aqui, o cavalo de Troia mistura madeira e metal numa Troia que lembra muito o Coliseu de Roma.
Keith Thompson busca inspiração para suas criações na mitologia e une técnicas diversas. Aqui, o cavalo de Troia mistura madeira e metal numa Troia que lembra muito o Coliseu de Roma.

A.R.: Que ferramentas você costuma usar para trabalhar?
K.T.: Eu uso lápis e papel, e o computador para tratar digitalmente o meu trabalho. Eu preferiria usar todos os meios tradicionais, mas tempos de secagem e outras logísticas impedem, na verdade, que os meios tradicionais sejam um caminho viável. Eu uso um papel que só consigo aqui no Canadá e importo todos os grafites e borrachas do Japão. 
Um esqueleto com armadura.
Seres híbridos são uma constante
no trabalho do artista.


A.R.: Bem, agora vamos falar um pouquinho sobre a trilogia Leviatã. Você poderia descrever o processo de trabalho com Scott Westerfeld?
K.T.: Foi ótimo; eu trabalhei da maneira antiga com ele. Trabalhei diretamente com o Scott nos livros. Nós trocávamos mensagens com texto e imagens, e os livros realmente cresceram de modo orgânico. Uma dinâmica interessante, que ocorre quando duas pessoas criativas colaboram diretamente em alguma coisa. Tenho tido muita sorte de trabalhar com alguns outros criadores dessa forma.


A.R.: Tem algum livro que você gostaria de ilustrar? Quais são os seus livros e/ou gibis favoritos?
K.T.: Se eu fizesse uma lista de livros que seriam ótimos de serem ilustrados, ela seria longa demais. O livro mais recente que li e que gostei de verdade foi The Yellow Wallpaper [O papel de parede amarelo], de Charlotte Perkins Gilman, leitura obrigatória para quem gosta de Lovecraft. O gibi mais recente foi Barbara, de Ozamu Tezuka. Normalmente eu evito o recurso de um criador que se concentra em um escritor ou artista como personagem principal, mas Barbara realmente faz um belo trabalho com esse tema e explora, de forma muito evocadora, a noção de Musa.

 
Ilustrações para a trilogia Leviatã, Alek e Nikola Tesla

A.R.: Você poderia falar sobre seus próximos projetos?
K.T.: Infelizmente eu não posso falar nada sobre os projetos nos quais estou trabalhando. O próximo filme será Crimson Peak [de Guillermo del Toro], e vocês podem ver meus desenhos na série The Strain [criada pelo próprio Guillermo e por Chuck Hogan] e no jogo Warframe.

Imagem para o jogo Warframe

Obrigada, Keith!

Espero que vocês tenham gostado da entrevista. Mas não pensem que me esqueci do Guillermo del Toro e do Lovecraft, não! Notaram que o Keith tem colaborado bastante com o Guillermo del Toro e também gosta de Lovecraft?! Será que se A Montanha da Loucura sair do papel um dia vai ter uma mãozinha do Keith Thompson?! Eu ia adorar!

Ótimas leituras e até!

22 de ago. de 2014

Papos de sexta: Um dia é da caça, o outro é da Cassandra


Ainda não acredito que Cassandra Clare está no Brasil. Acho que só vai cair a ficha na hora em que ela estiver na minha frente, o que deve acontecer na próxima segunda-feira — se Raziel quiser!
Eu não vou à Bienal do Livro, mas minha parabatai Frini Georgakopoulos não só estará presente como vai mediar as palestras da Cassie. Tenho certeza de que ela vai nos contar tudinho na volta — e também vai descolar o telefone do Jace com a autora (assim espero ;) — , então fiquem ligados aqui no blog.
De qualquer maneira, separei algumas dicas para os Caçadores de Sombras — e de autógrafos! rs — que pretendem comparecer às sessões com a autora. Se você não é Caçador mas pretende comparecer à Bienal, não tem problema! As dicas servem do mesmo jeito ;)


1) Ainda dá tempo de comprar seu ingresso antecipado para a Bienal, basta consultar os pontos de vendas no site do evento. Qualquer minuto a mais faz diferença na hora de conseguir (ou não) uma senha para a sessão de autógrafos, e você não vai querer perder tempo enfrentando as filas da bilheteria. (Obs: Não é necessário comprar ingresso para a sessão no Rio de Janeiro)

2) Faça uma lista de desejos. Vale anotar todos os livros que você quer comprar, as palestras que deseja assistir, os autores que quer prestigiar, os estandes que deseja visitar etc. Isso nos leva ao próximo item da lista…

3) Monte sua programação e não sobrecarregue sua agenda. É impossível dar conta de tudo, principalmente em dia de atrações concorridas. Se a prioridade é conseguir o autógrafo da Cassie, reserve o dia inteiro para isso.


4) Durma bem na noite anterior, ou ao menos descanse. Eu sei que muitos — eu! rs — terão dificuldade para dormir, tamanha a ansiedade.

5) Use roupas e calçados confortáveis. Vista-se de acordo com o clima e dê preferência a tênis ou sapatos com saltos baixos. Você pode e deve usar cosplay, mas repense aquela bota salto 15 da Isabelle, ou o traje de couro se estiver fazendo calor.

6) Vá de mochila, mesmo que não seja com rodinhas. É muito mais ergonômico do que bolsa ou sacola, principalmente com o peso dos livros e outros pertences. Isso nos leva ao próximo item da lista…


7) Leve lanche e água, e lembre-se de consumi-los! rs Você vai passar boa parte do seu dia em pé na fila do autógrafo, ou andando de um lado ao outro. Não se hidratar ou alimentar corretamente só vai deixa-lo com dor de cabeça e tonteira, e você não quer desmaiar logo na sua vez, certo?


8) Chegue cedo, quanto antes melhor. Basta dar uma olhada nos eventos do facebook para constatar que existem mais fãs do que senhas — e Raziel ajuda a quem cedo madruga ;)

9) Garanta seu mapa. Além de não se perder, você economiza tempo na hora de localizar os estandes, os banheiros, a praça de alimentação etc.

10) Marque um ponto de encontro com seus amigos ou familiares. Funciona tanto na chegada quanto na saída, caso vocês se desencontrem durante o evento.

11) Vai sozinho? Aproveite para fazer amizade na fila. Você vai precisar de alguém guardando o seu lugar, caso precise usar o banheiro ;)

É isso! Boa sorte para todos os Caçadores, e que Raziel nos proteja!

21 de ago. de 2014

Design et cetera: Looks literários

Quem nunca sonhou em se vestir como seu personagem favorito? E como seu livro favorito? O post de hoje é justamente sobre isso.  Reuni toda a minha obsessão por moda e juntei com alguns dos meus livros favoritos para montar alguns looks inspirados em literatura :)

Então vamos ao que interessa!

O primeiro do dia é da incrível série do Scott Westerfeld, Leviatã. Para quem não conhece, o livro é uma recontagem fantástica da Primeira Guerra Mundial, toda trabalhada na estética steampunk. Os detalhes tecnológicos vintage estão presentes nas engrenagens do colar e da bota. Os óculos de aviador e o trenchcoat dão o toque militar para você se sentir como Alec e Deryn. E a calça skinny vinho completa o look e combina com a capa! E aí? Quem curtiu?

Já que estamos falando do começo do século XX, o segundo look foi pensado a partir do clássico O grande Gatsby que, além de ser uma obra-prima moderna, é também uma crítica ao sonho americano e à decadência da era da proibição. Para atingir o look romântico de Daisy Buchanan, invista nos acessórios brilhantes e, claro, pérolas. A bolsa tem uma estampa art-dèco, super em voga na época. E a peça principal de renda azul é o segredo para você conquistar seu Gatsby!

Já para as mais sedutoras, uma das minhas inspirações favoritas (tenho até uma gata com esse nome, haha!) Lolita, do russo Nabokov. O segredo por trás do charme de Dolores Haze é justamente a mistura da inocência com a sedução. Por isso, para esse look, invista em uma peça básica como esse lindo vestido rosinha vintage, misturando com alguns acessórios mais ousados, para dar um ar sugestivo sem ser vulgar. A sapatilha e óculos vermelhos dão o toque sensual. Complemente com um batom vermelho e voilà. Não me responsabilizo pelas consequências.

Agora, se você busca um clássico mais irreverente para inspirar seu look, é hora de sair do Kansas e entrar para a magia do glamour do Mágico de Oz! A calça skinny amarela é a referência perfeita à rua de tijolos amarelos! Mas, para fugir do brega, troquei os sapatos prateados por esse lindo scarpin vermelho, que tal? E a bolsa com estampa de cachorrinho é em homenagem ao Totó!

Esse é mais um look DIVO e inspirado na série YA Fallen, que a Galera tem a honra de publicar. Como estamos falando de anjos caídos e de romances proibidos que desafiam o destino, abuse do preto, da renda e claro, das penas! O esmalte azul-metálico combina com o brinco de penas azuis e dá uma quebrada no gótico. O detalhe das penas também está presente nas sandálias. E o pingente de asas é a cereja no bolo.

Para quem prefere uma inspiração mais lúdica, O pequeno príncipe é o clássico ideal para um look alegre e imaginativo. Que tal homenagear essa linda história sobre amizade com um blazer de estrelas que, por mais louco que pareça, é incrivelmente cativante? O colar de gravata-borboleta combinando com o cinto vermelho proporciona um toque encantador ao visual descolado. #preciso

E que tal homenagear o falecido Gabriel Garcia Márquez com um look tropical digno de Macondo? O tomara-que-caia com estampa de folhagem já começa divando por si só, mas os acessórios rosa-shocking fazem toda a diferença, deixando o visual exótico, ousado e tropical. A bolsa de palha conversa bem com as outras peças e ajuda a amarrar o look. Um must.

E agora, pessoal, o SEASON FINALE!

Falando de edições lindas que inspiram looks sensacionais, eu não podia deixar de fora nossa edição capa dura de Instrumentos Mortais, não é? Para um look digno de um Caçador de Sombras comece com uma calça skinny preta e uma ankle boot de tachinhas. Agora, para simular o brilho holográfico divo, invista em um top brilhante e uma jaqueta de couro azul. A bolsa clutch azul-metálica com uma CAVEIRA na abertura é simplesmente o talismã mais necessário de todos. Brincos de brilhantes são bem-vindos. Os parabatai pira!


E aí? Qual o look/livro mais divo de todos?

15 de ago. de 2014

Papos de sexta: Eu blogo, tu blogas, eles blogam...


Nem lembro como descobri que ele existia, sequer lembro qual foi o primeiro que segui. Mas está lá no Blogger o dia em que comecei o meu: 13 de agosto de 2010.

Como quem não quer nada, saí postando fotos das minhas coleções: livros, CDs e DVDs do Michael Jackson. Com o tempo, passei a resenhar livros. Lembro bem: os primeiros que resenhei eram os oito que ganhei na promoção do fórum da Galera Record. Antes do blog, era no fórum que eu trocava marcadores, dividia histórias de livros lidos e fazia amizades virtuais com pessoas de todo o Brasil. Mas até 2011 não levava o "blogar" a sério; fazia vez ou outra, quando desse vontade. O A Menina que Comprava Livros ficava abandonado às vezes, até me lembrar dele para contar sobre alguma viagem que fiz ou show que fui. As resenhas, em sua maioria, ficavam no Skoob. 

Quando os blogs começaram a bombar, eu passei a apresentar eventos literários. Todo mundo perguntava “qual seu blog?”. Por preguiça, comecei a escrever para o de uma amiga que já estava pronto, mas o A Menina ficava lá como quem diz: "Hey, me escreve?”. Enquanto isso, a mania de ler, resenhar, divulgar, compartilhar, curtir aumentava. Precisava postar todo dia; chegar em casa depois de um dia de trabalho exaustivo e ter meu canto no mundo, um lugar onde pudesse falar com quem gostasse das mesmas coisas que eu: livros, filmes, eventos, tardes de autógrafos etc.

Quando dei por mim, o blog tinha parcerias, um seguidor aqui, outro ali. Então criei a Fanpage e me deparei com um lugar que tinha mais acesso que o próprio blog. Era só postar algo que vinham milhares de visualizações. Sim, você dirá: "Mas quatro anos e só tem isso de seguidor?". O que para muitos é pouco, para mim é muito. Não sou gatinha, não ligo para moda e tenho mania de livros, canecas e bonecos. 

Sim, não cresci (ou talvez não para cima, como desejava, rs), mas tenho orgulho dele. Conhece aquela sensação única de receber um inbox do tipo "Raffa, amei o livro que você recomendou”?  E dividir com um montão de gente que entende que estar cara a cara com aquela autora DIVA é sim um momento único na vida. E me sinto em casa quando pessoas entendem que marcadores de livro não são só pedaços de papel! 
Hoje todo mundo bloga. Tem blog que bomba e blogueira saindo em capa de revista (as literárias ainda não chegaram lá, mas um dia, quem sabe). Blogar é verbo, faz parte da gente, e dói demais ficar sem internet e não ter como atualizar aquele seu filho virtual! 

O A Menina é parte de mim. Tudo que vejo, penso' e conheço está lá em postagens diárias, sobre as quais amo saber o que as pessoas pensaram. Se fosse para guardar para mim, continuava com "meu querido diário". O blog vai comigo aonde vou: está no celular, iPad e laptop! Dou “bom dia” a ele e já o trato como sendo da família. Meu namorado sabe que não entre nós, mas conosco, existe um blog do qual ele me ajuda muito a cuidar. 

E claro que existe  uma parte dele que tem links das colunas que publico aqui :) Porque não só o A Menina, mas o Blog da Galera também faz parte de mim, e eu amo ter pedaços meus espalhados pela web ;) 

14 de ago. de 2014

Galera entre letras: Do papel para a tela

Nesta semana, li um artigo escrito pelo Marcus Sakey sobre adaptações de livros para o cinema. Pra quem não sabe, Sakey é autor de Brilhantes (Brilliance), livro que será adaptado para o cinema em 2015 e publicado por aqui pela Galera Record no primeiro semestre do ano que vem.

O artigo original está aqui pra quem quiser ler, mas resolvi aproveitar a deixa e pensar o que faz uma boa adaptação televisiva ou cinematográfica?

Volta e meia livros são adaptados, e, volta e meia também, fãs ensandecidos reclamam do que fizeram aos seus personagens ou cenas favoritas. Em geral, o tom é bastante raivoso rs, basta ver os comentários dos leitores sobre Game of Thrones, por exemplo, a adaptação para a TV do livro de George R. R. Martin que tem o mesmo título.

Curioso é que Martin é roteirista da série, ou seja, o próprio autor está adaptando o texto e fazendo as modificações, mas, ainda assim, seus milhares de leitores reclamam bastante (confesso que não posso dar palpites quanto a isso porque estou vendo apenas a série e ainda não sei se vou encarar todos aqueles livros). De qualquer forma, fica evidente que são mídias diferentes, mas que nem sempre as pessoas se dão conta disso.

O recurso do livro para criar ambientação e personagens são as descrições, que podem ser bem longas e detalhadas ou menos abrangentes (deixando espaço para a imaginação do leitor), além dos diálogos, mas não há uma limitação de páginas (um volume único pode ter mil páginas ou as mil páginas podem estar divididas em dois ou três volumes). E, se o livro tiver passagens chatas, sempre dá para pular ou acelerar o ritmo da leitura.

Com o filme não é bem assim. Por um lado, ele conta com o recurso da imagem (o que pode não ser uma coisa tão boa assim; muitas vezes, a imagem nos induz a conceber os personagens dessa ou daquela maneira e isso tem sido criticado, sobretudo, no que se refere aos filmes infantis); por outro, o filme é limitado e tem um tempo predefinido (e tudo bem que hoje a gente tem séries de filmes; a questão é que a limitação continua a mesma porque, de uma forma ou de outra, cada filme tem que ser visto como uma unidade separada e, em linhas gerais, tem que ter começo, meio e fim). Portanto, as descrições minuciosas do livro já não fazem sentido com o recurso da imagem.

Questões estéticas ou tecnológicas também têm a sua importância, e, muitas vezes, dependendo do ator contratado, um personagem pode ganhar menos ou mais destaque. Às vezes aquele personagem secundário no livro se sai bem na tela e não é raro ver um protagonista perder importância por causa de quem o interpreta. Ou ainda ficar mais velho ou mais novo para se adaptar ao intérprete ou a alguma exigência do roteiro.

O mais importante nessas discussões sobre adaptações, ao meu ver, é perceber a diferença das mídias e analisar a adaptação como algo independente do livro. O que é uma boa justificativa para o fato de, por exemplo, eu ainda não ter lido Martin! Se a trama está “redonda” (com personagens bem construídos etc.) e satisfaz minhas exigências enquanto espectadora, os livros podem esperar.

Uma pergunta que sempre me faço é se existem livros que não podem ser adaptados para outras mídias. Assim, de imediato, não me lembro de nenhum, mas na próxima coluna vou contar pra vocês sobre uma adaptação que nunca saiu do papel, mas que eu gostaria muito de ver: a adaptação de Nas Montanhas da Loucura, de H. P Lovecraft, que seria feita por ninguém menos que Guillermo Del Toro! 

Boas leituras e até lá!

12 de ago. de 2014

Papos de terça: Apocalipse Zumbi da Galera!

Hoje voltei com um vídeo de uma tag literária muito legal chamada Apocalipse Zumbi:

O cenário: um apocalipse zumbi (*-*)
O que fazer: montar um time com personagens da literatura para te ajudar a sobreviver ao ataque dos zumbis
Como montar o seu time: você seleciona 5 livros e coloca o nome deles em um potinho para sortear.
Cada livro sorteado vai preencher duas categorias do seu time contra os zumbis:
1. A primeira pessoa a morrer
2. A primeira pessoa que você vai usar como isca para se livrar dos zumbis
3. A primeira pessoa a se transformar em um zumbi
4. A pessoa que vai usar você como isca para se livrar dos zumbis
5. O idiota do time
6. O cérebro do time
7. O médico do time
8. O especialista em armas
9. O músculo do time
10. O capitão do time

Essa tag foi criada pelo Nathan Hale
(https://www.youtube.com/watch?v=O92bkEJrUMc) e achei divertida demais para não fazer haha
Para ficar mais interessante, convidei o meu irmão para montar um time também, e, como vocês podem ver, selecionamos apenas livros publicados pela Record:



E aí, gostaram do vídeo?
Obrigada por tudo, pessoal!

xoxo

8 de ago. de 2014

Papos de sexta: Desgosto é não ler


Este ano, para quem curte literatura, agosto não é “o mês do desgosto”. O oitavo mês do ano chega com a Bienal e muitos lançamentos para quem não consegue ficar longe das páginas. Eu, assim como você, estou nesse grupo.

É engraçado pensar sobre o amor que tenho por livros. Não é a questão de gostar de completar coleções, colecionar volumes raros, ter por ter. O que me conquista é a história, os personagens, a maneira como tenho as emoções sequestradas por alguém que não me conhece, mas que sabe exatamente como me sinto (ou me senti).

E essa pessoa que escreve, esse ser oniciente, não tem vergonha de expor meus medos, descrever meus desejos! O safado (ou safada) simplesmente me coloca na vitrine, página após página! Mas aí, chego na Bienal, no Clube do Livro Saraiva ou em qualquer evento literário e entendo que não foi pessoal, que não aconteceu só comigo. Não, não sou a única que chora, que se apaixona, que se identifica com personagens. Eles não pertencem somente a mim, mas a muitos, a todos. E, ao mesmo tempo, são só meus. Faz sentido?

Semana passada, estava novamente em um avião a caminho de um evento de trabalho. Estava sentada na poltrona do corredor e, na fileira da frente, do outro lado, estava um menino que não tinha mais do que treze anos. O pai do garoto sentava na minha frente e ambos falavam um idioma que não consegui decifrar. Com olhos muito claros e os cabelos loiros, o pai parecia sereno e o menino estava empolgado, jogando alguma coisa no iPad.

Não olhei outra vez para ele até estar no meio do voo. Enquanto lia O falso príncipe no meu Kindle, notei que o iPad estava desligado e que o menino tinha um livro nas mãos e o estava devorando.

Na hora do serviço de bordo, baixei a mesa sem tirar os olhos do Kindle. Dei uma olhada para o menino, e ele estava fazendo a mesma coisa com seu livro, ao mesmo tempo. E seus olhos também encontraram os meus. Aos poucos, nós dois sorrimos um para o outro. Foi um sorriso cúmplice, daqueles que só são divididos por quem se conhece há muito tempo, por quem sabe o que o outro está pensando. Eu nunca o havia visto nem ele a mim, mas, naquele momento, éramos irmãos, irmãos de páginas.

Aterrissamos, deixamos o avião, e a vida seguiu. Tentei, mas não consegui ver o nome do exemplar que ele lia, assim como ele não sabia o que conquistara minha atenção. E tudo bem. Somos leitores e embora nunca tenhamos nos visto antes ou nunca voltemos a nos encontrar, sabemos que não estamos sozinhos, que aquele personagem move mais alguém além de nós, que as lágrimas têm companhia ao serem derramadas ou contidas. Somos leitores porque não conseguimos não ser. E agosto chegou e o único desgosto é não ler. Rimou!


Obs: Para quem quer saber mais sobre O falso príncipe e aproveitar para se apaixonar pelos Garotos corvos, sábado, 9 de agosto, tem evento no Rio de Janeiro comigo e com a Tita Mirra! Saraiva do Rio Sul, 16h. Esperamos vocês, leitores J

7 de ago. de 2014

Tons da Galera: Sexo, a cidade e Vogue


Essa semana os saudosos fãs de Sex and the City tiveram uma surpresa: um divertido vídeo feito pelo artista francês Pierre Buttin com uma montagem das marcas mais mencionadas pelas quatro personagens nova-iorquinas ao longo das 6 temporadas da série que tanto inspirou a moda, as mulheres e um estilo de vida desde seu lançamento.

Qual foi a marca mais citada por Carrie Bradshaw e amigas de 1998 a 2004, você pode estar se perguntando? A resposta é: Vogue — grande vencedora com 36 aparições. Em segundo lugar, uma surpresa: o drink preferido das meninas podia até parecer ser o Cosmopolitan (outra moda que a série lançou), mas, pelo vídeo, elas gostavam mesmo era de Martini, mencionado 34 vezes. O time de beisebol Yankees vem com 26 menções, seguido de pertinho pelo de basquete Knicks. O New York Times vem em quinto sendo citado 24 vezes, mas, em sexto, nem Louboutin nem Jimmy Choos: Carrie parecia gostar mesmo era de calçar Manolo Blahnik, citado 16 vezes. Dolce & Gabanna vem em sétimo, seguido por um empate entre Prada e Post-its, com Chanel e depois Gucci finalizando as 10 mais.


Depois de uma polêmica no final do ano passado, com um artigo chamado How I Learned Carrie Bradshaw Was Full of Shit, algo como, Como descobri que Carrie Bradshaw era uma Mentirosa, prontamente rebatido por In Defense of Sex and the City, ou Em defesa de Sex and the City, a conclusão é a seguinte: Em primeiro lugar, vamos esquecer dos filmes (horríveis e desnecessários), OK? O fato é que a série foi um marco na história da TV e no novo formato de seus shows, além de quebrar inúmeros tabus e falar de assuntos antes impensáveis em horário nobre, e de retratar um novo tipo de mulher solteira de um mundo, é bom lembrar, pré-11 de setembro e smartphones. As personagens principais não eram solitárias nem reclusas de coração partido. Elas eram inteligentes, bem resolvidas (quase sempre), com carreiras de sucesso e vida social agitada, além de valorizarem (e muito!) o que, no final, era o tema central da série (nem sexo, nem amor, nem sapatos): a amizade.

As referencias à moda, comidas e modismos efêmeros comuns a qualquer cidade grande, ainda são relevantes na cultura pop de hoje. Por essas e outras, a série parece prestes a ter um revival, com o site WhoWhatWear até fazendo um especial com as melhores lições de moda deixadas pelo quarteto, trunfo da figurinista Patricia Field, que virou estrela por causa da série e abriu até loja. Segundo o WWW, a série da HBO era a bíblia da solteira moderna nos assuntos amor, vida e sapatos, e algumas das quotes que Carrie nos deixou são bobinhas como “Fazer compras é meu exercício”, irresponsáveis como “Gosto do meu dinheiro onde posso vê-lo: pendurado no meu armário”, desencanadas como “O par de sapatos certo pode te fazer mais feliz do que um homem”, e verdadeiras, como “Dizem que nada dura para sempre; sonhos mudam, modismos vão e vêm, mas as amizades nunca saem de moda”.

Sendo assim, fãs convictas (cof, cof, eu, cof, cof) vão continuar adorando os debates e as retrospectivas dos melhores modelitos usados por Carrie, assim como a série de TV e os livros Os Diários deCarrie. Mas por favor Sarah Jessica e cia: mais filmes não.

Long Live Carrie!